Educação musical sob perspectivas de gênero e feminismos
Com as educadoras, artistas e pesquisadoras Camila Zerbinatti, Eliana Monteiro da Silva, Isabel Nogueira, Vanessa Rodrigues e Valéria Bonafé.
26/11, sab, 14h-18h, Sala de Debates do CCSP
Rua Vergueiro, 1000
Onde [não] estão as mulheres na música? Por que se observa uma maior quantidade de homens do que de mulheres atuando profissionalmente com música? Quais os caminhos para ampliar a participação e visibilidade das mulheres na música? Em que medida essas questões se relacionam com o campo da educação musical? Quais são as possíveis causas, problemas e desafios a serem enfrentados tanto no âmbito do ensino formal de música (do ensino infantil ao ensino superior), quanto em cursos livres, oficinas, festivais etc. Este debate pretende discutir questões como estas, buscando mapear o cenário atual e propor alternativas que possam contribuir posivitamente para sua transformação.
+ sobre conteúdo e formato do debate
Nasci em São Paulo, onde comecei a amar a música ouvindo meu pai cantar e adorando escutar um par de fitas cassetes e LPs vezes sem fim. Comecei a estudar música com Fátima Viegas e continuei meus estudos de piano com o mestre Armando Fava Filho. Me apaixonei pelo violoncelo quando o vi na apresentação de uma orquestra jovem no salão da Igreja São Francisco, Jaguaré. Não sei o porquê nem como, mas senti que queria muito tocar aquele instrumento, e aconteceu! Fiz licenciatura em música na USP, pós-graduações em música contemporânea e curso técnico em violoncelo na UFRN, me tornei mestra em musicologia-etno-musicologia na UDESC, continuando as pesquisas sobre música contemporânea e performance para violoncelo. Neste caminho descobri as mulheres compositoras e me descobri mulher e feminista. Sou educadora há 14 anos, trabalhando na educação infantil e instrumental, de crianças, jovens, adolescentes e adultos. Sinto que as coisas acontecem todas juntas: tocar, aprender, criar, educar, descobrir, sentir, pensar, pesquisar, vir a ser quem sou – aqui e agora, num fluxo contínuo.
Sou pianista, professora e pesquisadora. Iniciei meus estudos de piano com Walkyria Passos Claro aos sete anos, e foi em sua escola – Escala Atividades Musicais – que comecei a dar aulas de piano e Musicalizacão. Tinha então quinze anos. De lá para cá cursei Bacharelado em Piano na Faculdade de Música Carlos Gomes, Mestrado e Doutorado em Música na ECA-USP, e desenvolvo pesquisa de Pós-Doutorado sobre Compositoras Latino-americanas na mesma universidade. Meu orientador tem sido o Prof. Amilcar Zani. Minha busca pela história das mulheres na chamada música erudita iniciou-se em 2006, quando ingressei no Mestrado para analisar as composições de Clara Schumann. Minha dissertação deu origem ao livro “Clara Schumann: compositora x mulher de compositor” e ao CD Clara Schumann: lieder e piano solo, gravado em parceria com a cantora Clarissa Cabral. Clarissa é minha parceira no Duo Ouvir Estrelas, voltado à divulgação de composições de mulheres (www.duoouvirestrelas.com). Outras musicistas importantes na minha formação são Beatriz Balzi e Heloisa Zani. Faço parte do grupo Polymnia, em cujo site escrevo a coluna “Compositora do mês”, e da rede Sonora, voltada a questões de gênero na música.
Comecei meus estudos de piano aos oito anos com a professora e compositora Sodrelina Hallal, na cidade de Pelotas (RS). Ali também estudei no Conservatório de Musica e fiz a graduação em piano na UFPel. Durante a graduação, costumava compor, me interessei por música e gênero e criava espetáculos combinando música, dança e poesia. Fiz o doutorado em Musicologia na Espanha, e quando retornei ao Brasil prestei concurso para a UFPel, onde estive por quinze anos, dez deles como diretora do Conservatório de Musica. Ali criei um Centro de Documentação Musical, e me dediquei a estudar iconografia de mulheres interpretes. Organizei em 2012 o Encontro Nacional de Mulheres da MPB, e em 2013 me transferi para Porto Alegre, para a UFRGS, onde trabalho no curso de música popular e no PPGMUS. Organizei com Susan Campos um livro sobre estudos de gênero e música e atualmente trabalho com criação musical e performance, combinando voz, sintetizadores e gravações de campo. Participo do Coletivo Medula de Experimentos Sonoros (RS) e tenho o duo StranaLektiri, com a artista sonora Leandra Lambert (RJ). Lancei os discos Vestígios Violeta (2014), Impermanente movimento (2016, com Luciano Zanatta), Voicing (2016), e LusqueFusque, (2016, com Luciano Zanatta e Chico Machado).
Nasci em Londrina – PR. Comecei meus estudos em Música aos 15 anos, ao violino. Me graduei em Ed. Artística/Música pela UFMT (2005), onde estudei com Roberto Victorio. Decidi estudar composição no Mestrado e ingressei na Linha de Pesquisa em Processos Criativos da Unicamp (2008), sob orientação de Silvio Ferraz. Dos trabalhos, destaco a peça “A quem interessar possa…” que foi objeto de estudos do Doutorado de Fabio Presgrave (UFRN). Participei da coletânea de estudos “Violoncelo”, da Bienal de Música Contemporânea do Mato Grosso (2006, 2008, 2010) e do Evento de Teoria Feminina e Música (2013) do Hemington College (Utica, USA), com a estreia da peça “Al Cielo” pela celista Giovanna Lellis. Atualmente, moro em Campinas e trabalho no Ensino Fundamental na Rede Pública Municipal de Hortolândia dando aulas de Música em escola integral, com ênfase em Musicalização e Canto. Desde 2015, em parceria com Prof. Henrique Nakamoto – IFSP – Campus Hortolândia, desenvolvo projeto de construção de instrumentos musicais alternativos, os “TuboTons”. A partir do eixo temático “Etnias e Africanidades”, me dediquei à divulgação e história da música africana, suas influências nos povos latinos e europeus e, tenho trabalhado junto com ao alunos ritmos de base africana: Candombe, Afroxé, Salsa etc.; bem como músicas em ioruba e africâner, dialetos de origem da África.
Valéria Bonafé
Nasci em São Paulo em abril de 1984 e cresci na Zona Norte. Foi Silene Barioni que cuidou da minha primeira etapa de formação musical, desde da infância até o ingresso na universidade. Na USP comecei cursando o Bacharelado em Piano com Heloísa Zani e logo em seguida me encantei com a criação musical durante as aulas de Willy Corrêa de Oliveira. Antes de passar oficialmente para o curso de composição, fiz também a Licenciatura em Música, e a partir de então a educação musical passou a ser uma prática contínua. Mais adiante mudei definitivamente para o Bacharelado em Composição e foi Aylton Escobar que me orientou até a conclusão do meu curso. Também participei de diversos masterclasses e festivais internacionais, mas foi com Silvio Ferraz que tive uma experiência mais alongada e aprofundada de estudos de composição. Fiz mestrado e doutorado também na USP, sob orientação de Marcos Branda Lacerda e com auxílio da FAPESP. Durante o doutorado passei um ano estudando na Musikhochschule Stuttgart (Alemanha), com Marco Stroppa. Estou finalmente concluindo meus estudos acadêmicos esse ano e atualmente sou professora na EMESP, onde dou aulas para crianças, jovens e adultos. No meu site é possível conhecer alguns dos meus trabalhos: www.valeriabonafe.com.