WISWOS 2016 – April, the 22th – Lancaster University
Lílian Campesato
Sonora – NuSom
lilicampesato@gmail.com
I – Introduction and Context
My name is Lílian Campesato and I represent Sonora, a collaborative network that brings together artists and researchers interested in feminist expressions in the field of arts, specially the context of Brazilian and Latin American issues.
But I’m also speaking by and about myself as a Brazilian women, artist, performer, researcher and pregnant with my first baby.
SONORA Network
SONORA is a collaborative network that brings together artists and researchers interested in feminist manifestations in the context of the arts. The group promotes the establishment and occupation of spaces and develops debates and academic research related to participation of women in music. It is also involved in different types of musical activities. Sonora currently holds three regular activities: the Study Group, which carries discussions of texts and listening sessions; the Voices Series, which invites women artists to talk about their own work; and the Vision Seria, which receives researchers and scholars involved with gender issues and feminisms. Sonora is crossed by uncertainty, vagueness, reticence, openness, affectivity, sensitivity, noise. Thus, the group establishes itself as a mutant organization that welcomes different types of collaboration.
The main goals of Sonora are the creation and occupation of artistic and academic spaces, and, in addition, conducting research and discussions on various
aspects of musical activities. These proposals takes place through three regular activities: a Study Group, with discussions of texts and listening sessions; the Voices series, which gets women artists to talk about their own work; and the Visions series, which gets researchers who work in gender and feminisms areas. Sonora is crossed by uncertainties, indefinitions, reticences, openings, affectivities, sensitivities, noise… which gives it a mutant profile that is open to endless collaborations.
- Activism
Forum WISWOS 2016: Educating Girls in Sound
- What impact does the current education system have on young girls to deter them from moving into the fields of science, technology, the arts and engineering with sound? How can it be improved?
- What happens in the music/sound tech classroom?
- At what point do we see the drop from equal interest to little interest?
- What initiatives already exist that do encourage girls to engage?
- What can we do, and should we do it or not?
WISWOS 2016 are looking for their contributions to change: innovative, imaginative, thoughtful, challenging ideas that can be put forward to propose changes to primary, secondary and third level education. We are also looking at experiences: what educational or non-educational experiences shaped your engagement with sound. What were the positives and negatives? What ideas do you have? If you are part of an organization that already works to challenge the gender divide we welcome your input and ideas.
II – My Contribution to WISWOS
Sonora:
As soon as I knew that my participation at WISWOS was accepted I shared the main questions proposed for the meeting with my colleagues at SONORA. I’ve received an enthusiastic collaboration from SONORA members who kindly shared their thoughts and experiences related to the WISWOS issues. Although these personal accounts have been placed in an informal and not always organized manner, I would like to present some ideas that may represent a contribution to our discussion. Besides, I want to thank some colleagues who sent their comments: Vanessa de Michelis, Eliana Monteiro. Ariane Stolfi, Antonilde Rosa, Valéria Bonafé, Alexandre Fenerich, Davi Donato, Isabel Nogueira, Tânia Neiva.
1. Discussion: Women in Brazilian cultural environment: the social role attributed to women (women’s role in society; the participation of religion, Estate and other institutions in the regulation of this role)
Many classrooms in Brazil until the mid-1960s were not mixed. The unprecedented access of girls to school was accompanied by sexist discrimination complaints. One has to consider that these researches about sexism in school date back to 1970, when feminism was maturing as a mass movement and was entering the academic world. The situation is similar when we address the question of social class: the notion that the school reproduces social inequality appears alongside the entry of low-income population in educational institutions. If there is no poor people – and women – in school, inequality is evident.
2. Discussion: What impact does the current education system have on young girls to deter them from moving into the fields of science, technology, the arts and engineering with sound? How can it be improved?
Statement 1: “A hierarquia de gênero ainda é um dos principais estorvos do sistema educacional que tem impactos negativos na formação e inserção de mulheres nestas áreas. O conhecimento sempre foi uma ferramenta e teceu as relações de poder e opressão, neste sentido, as estruturas do sistema patriarcal são mantidas e reforçam as desigualdades de gêneros, para que os homens permaneçam nesta posição privilegiada e de poder.” Antonilde Rosa
Statement 2: “de uma maneira geral acho que o peso maior já vem da cultura onipresente, ao chegar na sala de aula, qqr indício (indication) que essa cultura será re-afirmada já tem o dobro, triplo do peso. portanto, talvez “neutralizar” o novo território com exemplos de diversidade e visibilidade femininas possam ajudar a estabelecer uma relação de confiança (trust, confidence) e igualdade que talvez seja “mais segura” que o ambiente externo e talvez isso possa abrir um espaço de confiança para as garotas nos campos da ciência e tecnologia ainda que a sociedade não o forneça, por exemplo”. Vanessa de Michelis
3. Discussion: the inexistence of models and references:
One of the issues that may be preventing women from engaging in some particular disciplines is the lack of models and references from other women working in these disciplines. For this reason, the existence of groups and associations (sororities) is key to creating a sense of belonging and empowerment of women. It is important to have exclusive spaces where women can create their own ideologies.
Statement 3: “quando comecei, só eu de mulher, calada, insegura, reprimida. Com o tempo, procurei buscar ferramentas de existir naquele espaço; comecei a levar amigas naquele espaço; única interlocução possível era de homens; se tornou protagonista naquela situação; ofinicas tinham 90 % homens.;Hoje tem maioria de mulheres, alunas” Vanessa de Michelis
4. Discussion: Idealisms
Girls feel the need and even the obligation to be the best, to stand out, to be successful. Participation in collective situations is seen as a risk because the fear of exposure.
5. Discussion: What happens in the music/sound tech classroom?
Statement 4: Harmony Class (UniRio): “A performance em sala de aula das garotas, apesar de seu entendimento ser o mesmo que a dos rapazes, é eclipsada pelos meninos que “são bons em harmonia” – em geral os músicos de MPB. Ou seja, esses participam da aula, numa atitude de desafio ao professor (assim eu percebo). Naturalmente, dominam a cena. No entanto, a única garota que faz MPB não tem essa atitude e é muito tímida (…) Pela harmonia os homens ligados a composição ou arranjo se exibem – e eclipsam a performance das meninas e dos demais músicos. Como dominam a cena, se o professor não perceber o jogo estará acentuando a divisão, como num ciclo vicioso. Significativo é que, conforme percebo, com esse jogo exibicionista os homens “bons em harmonia” disfarçam o trabalho mal feito ou sua ausência (eles já sabem, não é mesmo?0, enquanto que as meninas garantem esse trabalho.” Alexandre Fenerich
Statement 5: – Music/sound Tech Class (UFRJ): “quando dei aula de tecnologia musical (como substituto na ufrj) tive uma turma de 16 alunos dos quais apenas uma era mulher. Na primeira aula eu apresentava o curso e tentava entender qual o interesse dos alunos, quando acabou a aula essa aluna esperou todos saírem e veio me perguntar se eu achava que ela era capaz de fazer o curso. Eu, sem entender bem pq ela estava me perguntando aquilo, falei que claro que sim pois o curso não tinha pre-requisitos e que ela, assim como os outros alunos, podia me ajudar a fazer com que o curso não fosse difícil demais. enfim, ficar a vontade para perguntar coisas, perguntar por email, conversar depois da aula etc. Ela parecia interessada, continuou vindo às aulas, sempre fazia muitas anotações (muito mais do que os outros alunos), eventualmente perguntava alguma coisa no fim da aula (nunca na frente dos outros alunos) mas quando chegou o prazo para trancamento (umas 5 ou 6 semanas depois do início) ela trancou e não apareceu mais. Disse que ficou com medo de ser reprovada. Dos 16 alunos dessa turma só dois trancaram, o outro era negro e, apesar de se comportar de forma bastante diferente da menina, também era claro que via mais barreiras no seu caminho do que os outros 14 alunos (por exemplo ele foi o único da turma a ver como uma barreira o fato de alguns dos softwares serem em inglês, dentre os outros vários tb não entendiam inglês mas tinham autoconfiança de que iriam se virar). O que me parece é que, por parte do professor, apenas evitar comportamento machista não basta para evitar esse clima de clube do bolinha em certas disciplinas. Mas não sei bem o que mais poderia ser feito. Acredito que trazer exemplos de mulheres ajude, mas em aulas mais técnicas, onde raramente se usa exemplos de repertório, essa não é uma opção. Trazer a questão para a sala de aula parece ser uma excelente sugestão, mas tentando ser realista, acho que isso não é pra todo mundo, eu pelo menos não sei se seria capaz disso hoje. É um tema bastante delicado, no caso que contei por exemplo desconfio que seria bastante constrangedor para a aluna em questão, que fazia o máximo para não chamar atenção para si. Além disso isso envolve um enfrentamento gigante, não apenas dos alunos e da instituição que é sempre conservadora, mas também de vertentes feministas que julgam que o homem não é apropriado para lidar com essas questões (e talvez não seja mesmo, sei lá…). Enfim, sendo honesto aqui, eu teria medo de acabar piorando a situação. Pensando alto, será que medidas radicais como aulas exclusivas para mulheres seria um caminho, especialmente nestas disciplinas em que existe uma disparidade evidente? Lembrei de um caso anos atrás quando eu era aluno de uma escola estadual de música no RJ em que um professor de percussão criou uma bateria exclusiva de mulheres (foi muito criticado, claro), e em poucos meses a quantidade de percussionistas mulheres na escola disparou, algumas meninas seguiram carreira inclusive.” Davi Donato
III. Proposals:
It is essential to encourage the diversity of viewpoints and social roles. We must make visible the existence of different ethnic groups, ages, social classes. For this, it is necessary to stimulate the coexistence with the diversity of genders, races and ideologies. At the same time, we must sensitize students about gender issues and develop a process of visibilization of girls.
Considering that the classroom is also a political space, a space of power and of construction of citizenship, it is necessary to develop a political sense, an awareness of the construction of female identity. This identity is not something already set, but a process of becoming-a-woman. The construction of this identity is necessary for the empowerment of girls. The motivation to study will come from self-esteem and self-confidence.
We must be careful not to encourage chauvinist and sexist actions or promote gender inequality. We must avoid the pressures that act to the silencing of women’s bodies and voices. We should not determine the places and territories that girls should take, as this is a matter of personal choice and affinity.
To promote micropolitical actions and autonomy: To return to spaces that were exclusively occupied by women; retrace their paths, the places in which they were alone, where they had no access to references. Redesign these contexts.
To recover.
Other actions:
Find girls and empower them. Identify potential replicators.
Create unique spaces for women. Create spaces that are complementary to the ones that are predominantly male. In the contexts where female examples and references are absents, transform these contexts so that they provide conditions for the participation of girls. We should not rely only on our point of view. We need to interview girls and boys about what they want for these spaces.