Nessa edição do Às vivas recebemos a conversa “Theremin e música de cena”, com Julia Teles e Lucia Esteves. Julia Teles é compositora, técnica de som e Thereminista. Nessa conversa, falaremos um pouco sobre sua trajetória. Dos trabalhos com música experimental/eletrônica, música para cena e as diferenças entre os processos composicionais. Além disso, Julia nos contará um pouco sobre o Theremin, sua história e experiências com o instrumento.
Francisco Lauridsen Jalala conversa com Mariana Carvalho acerca do trabalho da artista sob escopo da arte sonora. O encontro entre estas duas pianistas de formação aborda a trajetória de Mariana e seus atuais interesses de pesquisa. Ela tem se debruçado na experiência de um corpo-relação, a partir de deslocamentos geográficos, bem como a partir da Sonora e os grupos e coletivos aos quais pertence(u), mulheres que atravessa(ra)m sua trajetória e proposições etnográficas múltiplas. Mariana se interessa pelos limites entre dentro e fora: eu e x outrx, o corpo como filtro, escuta, a promiscuidade do som, ser habitada por diversas vozes.
Uma das principais práticas da sociedade colonial que propiciou a subalternização de pessoas negras, foi o apadrinhamento dos senhores e das sinhás em relação a famílias, grupos e/ou indivíduos negras/os. Esse sistema de troca de favores, bens materiais e afetivos, ao mesmo tempo que permitiu a autonomia financeira de uma parcela dessa população, por outro lado, sustentou a exploração de mão de obra, as investidas de natureza sexual contra as mulheres, fomentou a miséria e demais mazelas da maioria da população negra brasileira.
Percebemos ao longo da história, que essa prática sempre se intensifica em contextos de crises nas quais a população negra fica ainda mais vulnerável diante da negligência e das políticas genocidas do Estado. Estamos há aproximadamente 8 anos em um contexto de crise econômica, porém, depois do Golpe de 2016 que resultou no Impeachment contra a Ex-presidente Dilma Rousseff, as áreas das Ciências Humanas e das Artes passaram a sofrer um tipo de criminalização e patrulha ideológica por mandatários que se beneficiaram com o Golpe. E nessa trincheira, as/os artistas que não estão inseridos na indústria cultural mainstream, beiram à falência financeira e à mendicância.
É de conhecimento público que as/os artistas negras/os, em sua maiorias, são aqueles que menos recebem incentivos e investimentos financeiro. Então, me pergunto: como e onde estão as/os artistas negras/os nesse mar de miséria? Destarte, é a partir dessa prática histórica: o apadrinhamento, que quero discutir sobre a situação de profissionais negras/os no campo da música clássica brasileira, neste momento de destruição das teias de produção e dos sistemas de fomento das atividades artísticas e culturais no Brasil.
Nessa live receberemos a Manon Ribat, integrante da rede Sonora desde 2019 e sound designer francesa residente em São Paulo há 5 anos. Falaremos sobre a sua trajetória em relação a arte sonora na França (sua experiência com rádio arte), sua chegada ao Brasil e seus trabalhos com som para cinema. A Manon contará o que é foley e como esse ramo da sonoplastia caracteriza o desenho de som dos filmes. Ao final, falaremos sobre a relação da técnica com a criação e seu espaço na pós-produção dos filmes. Manon nos contará como é ser estrangeira e mulher nesse meio de criação.
1. “ESCUTA:” – Um recital-conversa em torno da antologia de Pós-Doc “Compositoras Latino-americanas: vida – obra – análise de peças para piano”, de Eliana Monteiro da Silva. E-book lançado pela Ficções Editora em 2019. Disponível em: http://ficcoes.com.br/livros/compositoras_la.html.
2. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. Nicolau Sevcenko. Companhia das Letras, 2001.
3. PROGRAMA DO RECITAL:
Gabriela Ortiz (Mexico) Preludio 1, dos Estudios entre Preludios.
Eunice Katunda (Brasil) Sonatina (1º movimento).
Graciela Paraskevaídis (Argentina/Uruguai) …a hombros del ruiseñor.
Cacilda Borges Barbosa (Brasil) Estudo Brasileiro n 1.
Valeria Bonafe (Brasil) Do livro dos seres imaginários: Kami, Odradék, Shang Yang e Haokah.
2. Clara Schumann: compositora x mulher de compositor. Eliana Monteiro da Silva. São Paulo, Ficções Editora, 2011. Disponível em: http://www.ficcoes.com.br/livros/clara.html.
Qual é a relevância de falar sobre compositoras latino-americanas em meio à quarentena do corona vírus? Eliana e Valéria, da Sonora músicas e feminismos, conversam sobre as escolhas que nos trouxeram a 2020 e as mensagens presentes nas composições de mulheres por tanto tempo silenciadas. Para assistir a live entre em: https://www.facebook.com/sonoramusicasefeminismos/videos/519791095404101/
Assista ao vídeo Escuta: Eliana Monteiro da Silva, Compositoras Latino-americanas:
Filmes e séries para assistir com os ouvidos abertos:
Mon oncle (Jacques Tati); Bande de filles (Celine Sciamma); Blow out (Brian de Palma); Ex-Paje (Luiz Bolognesi); Chernobyl (Johan Renck); Blindness (Fernando Meirelles); The crown (Peter Morgan); The Handmaid’s Tale (Kari Skogland);Redemoinho (Jose Luis Villamarin); Va e veja (Elem Klimov); O menino e o mundo (Ale Abreu); Como nossos pais (Lais Bodanzky).
Filmes que eu participei (comentados na conversa):
Socrates , Alexandre Moratto Morto não fala, Dennison Ramalho Pitanga, Beto Brant O filme da minha vida, Selton Mello Elis, Hugo Prata Bingo o rei das manhãs, Daniel Rezende
O que é foley?
O pinewood studios é uma referência no meio de som para cinema. Achei esse vídeo bem explicativo sobre o assunto.
O que seria o desenho de som para cinema?
A Paula Fairfield é sound designer e trabalhou nos efeitos sonoros de Games of Thrones
Livros de referência:
A educaçao sonora, Murray Schafer The soundscape (A afinação do mundo), Murray Schafer The foley grail, Vanessa Ament
Mulheres-maravilhas do som para cinema (BR):
Para quem quiser saber mais sobre o trabalho delas, entrem no site IMDB (https://www.imdb.com/) e digitem o nome delas ! 🙂
Miriam Biderman (Supervisora de pós-produção de som, editora de diálogo) Tide Borges (Som direito para cinema) Andreia Freire (artista de foley) Guta Roim (Artista de foley) Rosana Stefanoni (Mixadora, editora) Raiza Rodrigues (Editora de diálogo e dublagem) Vanessa Gusmao (Editora de som para cinema, foley e ambientes) Marina Mapurunga (Sound designer) Bianca Martins (Editora de som para cinema)
Pauta: Site e redes sociais da Sonora; preparativos para a série Vozes com Sylvia Hinz.
Informe sobre o e-mail escrito por Isabel, Joana e Camila, e assinado por várias Sonoras, que foi enviado à Diretoria da ANPPOM, solicitando um Grupo de Trabalho sobre Música e Gênero. Houve uma resposta positiva, sinalizando uma maior abertura em 2018: haverá chamadas para simpósios temáticos.
Conversa sobre maior divulgação das redes sociais da Sonora (facebook e youtube): enviamos um e-mail pra lista solicitando curtidas e inscrições, a fim de ter acesso a mais ferramentas, como exemplo, criar o link personalizado do youtube da Sonora.
Reestruturação e atualização do site da Sonora:
a) reformulamos alguns textos, como o ‘sobre’;
b) reorganizamos o menu, por exemplo, separando ‘projetos’ de ‘ações’ e agrupando as ‘atividades regulares’ (vozes, visões e grupo de estudos);
c) criando também a aba ‘parcerias’;
d) ficou pendente pensar em como organizar melhor o conteúdo da aba ‘acervo’ (com link e referências).
Ajustamos os últimos detalhes e tarefas para o Vozes com a Sylvia Hinz (14/11).