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Ata da reunião de 16/04/2018 – Operacional

A pauta de hoje envolveu os assuntos:

Informes

  • Eliana contou sobre a entrevista que deu para Karina Merli, do jornalismo da ECA, sexta-feira passada. A entrevista foi sobre a representação da mulher na música popular, mas abrangeu também a representação na música erudita. Foi sugerido que a Karina envie a parte da entrevista no programa finalizado para ser postada no site da rede.
  • Marina confirmou Vozes com Tide Borges dia 25/6.
  • Fabiana contou sobre o estágio sanduíche que realizou em Belfast, tanto em criação de instrumentos como em antropologia, entre outros. Ela pesquisa a etnografia da música experimental em SP para o Doutorado. Está desde 2016 acompanhando atividades relativas à sua tese. Foi sugerido que ela realize uma palestra na Sonora sobre sua pesquisa e esta experiência no exterior.

Painel Sonora

  • Foi colocado o vazio gerado pelo posicionamento da direção (de recriminação) em relação ao painel. Como soluções, foram apresentadas desde ideias ligadas à retirada dos papeis como à realização de outras ações de posicionamento. Ficou decidido que retiraremos os papeis num evento ligado ao programa de radio que estamos confeccionando.

Calendário

  • 11/6 – Vozes com Paola (das Choronas)
  • 25/6 – Vozes com Tide Borges

Radio

  • Amanda, aluna de bacharelado em instrumento na ECA, contou de sua atuação como estagiária na radio USP. Ela disse que a radio tinha uma programação muito “morna”, com músicas populares brasileiras, com pouca variação. Ela foi chamada para dar um tom diferente à programação, com programas especiais. O 1º foi dedicado a Jacob do Bandolim, com biografia, exemplos musicais, entrevistas e tal. Houve um outro dedicado ao Ernesto Nazareth, em que ela colocava também falas de Mario de Andrade, entre outros. Isto fez bastante sucesso.
  • Uma dificuldade apontada por ela é a parte técnica, o suporte que existe para realizar os programas. Ela monta e conta com um técnico que coloca no formato.
  • O ambiente da radio é bastante conservador. Existem algumas ideias preconceituosas acerca de alguns gêneros musicais, conceitos pré-concebidos sobre o que é bom ou ruim em música. Por esta razão ela pensou na Sonora, para unir forças no sentido de ampliar o leque musical da programação da radio.
  • Sobre a categorização das músicas, Amanda disse que tem “Manhã na USP”, para repertório de artistas menos conhecidas (os), e “Som da USP”, para apresentar autoras (es) mais consagradas (os).
  • O jornal da USP, por exemplo, ocupa entre 2 e 3 horas do período da manha da radio. A parte musical usa CDs do arquivo, com música popular brasileira.
  • Informações práticas:

– Programa tem 1 h. Precisa deixar uns 3 minutos para vinhetas. Tem um            intervalo no meio, sem comercial, com tempo flexível.

– Pode enviar programa por pendrive ou outra mídia. Não dá para gravar na       própria radio.

– Depois que veicular na radio a Sonora pode postar o programa no site.

– Existe uma vinheta para todos os programas da edição “USP Especiais”.

– Em relação aos direitos autorais, a radio paga o ECAD. Foi combinado que a      rede fará um documento padrão para registrar assinaturas de entrevistadas (os), compositoras (es) e/ou intérpretes, para o caso de precisar apresentar à entidade.

  • Foram ouvidos áudios de programas de radio trazidos para ilustrar práticas e servir de modelo e inspiração para a rede. Entre outros, foram ouvidos o IFAR musique concrète 4’33’’ compilation (https://ifarmusiqueconcretecompilation.bandcamp.com/…/ifar-mu…). Outros foram o “Meet the composer” com Meredith Monk (https://nadiasirota.com/meet-the-composer/), o “Máquina de inscrever 3” (https://soundcloud.com/maquina-inscrever/maquina-de-inscrever-3-programa-da-serie) e Supertônica com Nicole Puzzi e Rafael Spaca: Memórias da Boca (https://soundcloud.com/maquina-inscrever/maquina-de-inscrever-3-programa-da-serie).
  • Valeria compartilhou que o Instituto Moreira Salles tem uma plataforma de radio com vários formatos. O padrão é mais tradicional, mas tem vários formatos interessantes. Há uma espécie de repositório de músicas com release, com uma imagem na qual se pode clicar e ouvir a gravação.
  • Foi sugerido que as próximas edições de Vozes sejam gravadas já direcionadas para programas de radio. Também surgiu a ideia de fazermos oficinas de edição para possibilitar membras (os) da rede editar tais programas. A ideia é também criar a partir do material coletado, para fazer radio arte.
  • Foi observado que seria interessante ter um formato para, a partir daí, poder variar. Falou-se em criar quadros.

Muitos exemplos foram resgatados de memória e somados aos exemplos apresentados. Todo este material será assimilado durante esta semana para discussão no próximo encontro da rede.

 

Próxima reunião – 23/4: Discussão sobre divisão de tarefas e organização da rede.

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Ata da reunião de 09/04/2018 – Operacional

A reunião de hoje teve como pauta:

  • Painel Sonora – discutir. A rede soube que o painel Sonora tem sido depredado pela retirada subjetiva de papeis com nomes de mulheres atuantes na música. Houve uma discussão sobre este processo, sobre a repercussão da intervenção em outros departamentos da ECA e sobre qual o futuro desta ação. O assunto não foi esgotado e deve ser retomado em reuniões futuras. Uma ideia é expandir o painel em conjunto com outros coletivos, como o Coletivo Feminista, que já demonstrou interesse.
  • Projeto Radio – Foi selecionado o mês de maio para montar o projeto. As reuniões de 7, 14, 21 e 28/5 serão dedicadas a uma imersão no assunto e na prática. Antes disso, usaremos a reunião do dia 16/4 para falar com a Amanda, da Radio USP. Para este encontro a tarefa será pesquisar modelos de programas que já existem.
  • Propostas de Vozes – o próximo evento da série seria mais uma parceria com o NuSom, dia 23/4, no horário das 14:00 h, com a Paula Garcia. Por vários motivos foi decidido que a Sonora divulgará e apoiará o evento sem ser exatamente parceira e sem intitular o evento Vozes. Até porque o enfoque do encontro não envolve questões de gênero.
  • Outras possibilidades são Vozes com Paola da Choronas, a principio dia 11/6, e com Tidi Borges, a princípio dia 25/6.
  • Conversa sobre atividade da Kelly – foi colocado que a oficina realizada com ela ficou concentrada na confecção do drumsynth, não sobrando tempo para conhecer melhor sua trajetória artística, suas atividades e seu posicionamento relacionado a questões de gênero, em que milita.
  • Nomeação de membras (os) para uma equipe organizadora dos eventos da rede – foi colocado que a Sonora completa 3 anos em abril e que, frente a isso, suas membras e membros gostariam de computar as muitas atividades e trabalho realizado semanalmente em alguma plataforma que possa ser usada profissional e academicamente. Esta discussão já foi pautada e abandonada algumas vezes. Foi sugerido retomar a conversa em reunião futura, num email convidando membras e membros da rede para tal. Este email será elaborado na reunião do dia 23/4.
  • Organização dos materiais / site / tarefas – após a reunião para nomeação de membras (os) da equipe organizadora dos eventos da rede, deve ser pensada uma divisão de tarefas para a realização destas atividades.

Próxima reunião:

16/4 – Amanda e proposta de rádio. Tarefa: trazer modelos de programas para discussão.

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Ata da “Conversa com Marilia Velardi” – evento Sonora/NuSom 09/04/2018

Marília Velardi, professora no curso de graduação em Educação Física e Saúde, atuando na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), iniciou este evento explicando sua linha de pesquisa: a investigação qualitativa. É uma linha de pesquisa que parte de um referencial epistemológico clássico e do conhecimento em métodos indutivos para atingir uma investigação autoral, rompendo com estruturas pré-estabelecidas para questionar as lógicas geralmente aceitas e romper com estruturas rígidas.

Marilia entende que muitas teorias têm a capacidade de ser aplicadas em contextos e tempos variados, mas, ainda assim, elas funcionarão melhor se associadas a conhecimentos específicos, principalmente em se tratando da pesquisa sobre assuntos não europeus ou do Hemisfério Norte. A bibliografia usada, por exemplo, na América Latina, é fundamentalmente europeia e, por esta razão, precisa ser associada a estudos realizados localmente para que a pesquisa seja mais legítima. Não se trata de negar a importância das pesquisas e teorias tradicionais, mas sim de amplia-las.

Como referências tradicionais ela aponta:

  • Escola de Chicago
  • Movimentos
  • 4ª geração

 

Em relação à Escola de Chicago, a pesquisadora diz que é quando surgem narrativas acadêmicas que se iniciam com a biografia do investigador, desde que esta tenha relação com o objeto pesquisado. O pesquisador (a) se relaciona diretamente com aquilo que esta pessoa procurará, dando uma força e uma credibilidade maior à sua pesquisa. Este conceito dá origem, em certa medida, ao chamado “lugar de fala”. A pessoa não precisa, obrigatoriamente, ser originária do campo pesquisado, mas deve no mínimo ser capaz de fazer a ponte entre a academia e o objeto investigado.

 

Validação e avaliação

Foi levantada a questão da validação e avaliação da pesquisa qualitativa. Marilia disse que este tipo de investigação requer a criação de grupos que fortaleçam este tipo de critério. As pessoas envolvidas precisam se apoiar umas às outras, criar espaços de discussão, encontros, bancas investigativas. Porque os parâmetros são mutáveis, embora isso não seja fácil. É preciso publicar, mas para isso pode ser preciso criar periódicos que aceitem este tipo de pesquisa. Ainda que estes sejam pior avaliados no início.

A pesquisa qualitativa se insere positivamente no campo interdisciplinar, o que favorece seu fortalecimento. Marilia cita as comunidades interpretativas. É como se a investigação fosse mais sobre o método do que sobre o assunto. Mas é preciso ser claro e explícito acerca do método escolhido, dizer porque se opta por métodos qualitativos.             Um texto que se baseia em métodos como materialismo histórico ou fenomenologia, mais cristalizados no âmbito da universidade, não precisa ser precedido de explicação. Entretanto, a escolha da pesquisa qualitativa necessita ser elucidada, defendida, legitimada, para que este caminho seja sedimentado e se torne tão natural quanto os demais. Marilia lembra um professor que dizia para a classe: “Inventem metodologias!”, “Criem epistemologias!”. Já há algum tempo é ela quem assume esta postura provocadora.

 

Singularidade e particularidade

O raciocínio binário nos toma de assalto, diz Marilia. É preciso pensar em outros glossários, não nomear com presteza, nem por oposição.

 

Auto etnografia

Quando se pesquisa a própria experiência encontra-se muita coisa interessante. Produzir material a partir da própria experiência. Isto está localizado nas propostas mais radicais da pesquisa qualitativa.

 

ECOAR – estudos em corpo e arte

O grupo ECOAR, de que Marilia faz parte, discute as possibilidades de diálogo entre o corpo e as artes, entre os movimentos sociais feministas, das artes junto aos movimentos sociais de periferias, entre outros. A pesquisa qualitativa se insere neste contexto perguntando o porquê de determinadas escolhas metodológicas em detrimento de outras.

 

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Conversa com Marilia Velardi – Pensando qualitativamente

 

O próximo evento da rede Sonora será em parceria com o NuSom, dia 9/4, as 14:00 h, na sala 12 do Depto de Música da ECA USP. A conversa com a professora e pesquisadora Marilia Velardi tratará da sua investigação sobre a relação entre métodos formulados por agentes alheios ao campo artístico e a possível interferência na forma de pensar e conduzir pesquisas em artes, procedimento que ela denomina “camisas de força epistemológicas”.

“Com esse encontro a minha ideia é propor um diálogo sobre o que significa ‘pensar qualitativamente’ no campo das pesquisas acadêmicas, partindo da premissa de que o método – concebido como forma de pensamento e ação – determina a nossa relação com os objetos, os campos, as experiências, os experimentos ou as coisas que investigamos. No campo das Artes, algumas vezes, o método subordina o pensamento e a ação das pessoas artistas à normas procedimentais alheias ao campo e ao modo original de pensar e conceber a investigação”.

Marilia é professora nos curso de graduação em Educação Física e Saúde, atuando na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP). É também docente e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política no Ciclo Básico, além de atuar como docente no curso de Bacharelado em Música e no programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA/USP.

No campo da saúde, sua pesquisa enfoca os programas e intervenção no serviço público de Saúde, na perspectiva do ideário da Promoção em Saúde e na Educação para a autonomia. No campo das Artes, propõe intervenções, performances, encenação e projetos de pesquisa e investigação na área artística junto a cantores líricos e instrumentistas, desenvolvendo práticas e estudos sobre preparação corporal para a encenação e criação em ópera. O lócus dessas investigações tem sido o NUO-Ópera Laboratório.

Realiza pesquisas colaborativas com grupos do campo da Saúde, da Educação, das Artes da Cena, da Musicologia e dos Estudos Sociais. Coordena o Grupo de Estudo e Pesquisa ECOAR – Estudos em Corpo e Arte, que atualmente tem como focos: (a) a construção de conhecimento com artistas sobre a Arte; (b) a busca por epistemologias artísticas como suporte para as investigações qualitativas e (c) a criação de estruturas de performances dos dados ou dos conhecimentos produzidos nas investigações. (Texto publicado pelo grupo NuSom, disponível em: http://www2.eca.usp.br/nusom/evento_mvelardi.

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Vozes

Ata da reunião de 02/04/2018 – Vozes com Laura Mello

Laura Mello é compositora, artista sonora e performer. Morando entre Berlim e Viena, ela passou por São Paulo e concedeu uma palestra/entrevista para a rede Sonora.

Ela contou sua trajetória, uma parte da qual se passou na Alemanha, estudando, e apresentou obras eletroacústicas e multimídia de sua autoria. Em seu currículo constam experiências com dança, teatro, edição de vídeo e outras vertentes artísticas. Esta atuação colaborativa abriu-lhe os sentidos para varias possibilidades.

A mudança para Berlim para fazer Doutorado se deu em 2006. O programa de Doutorado permitiu-lhe ter acesso a todas as universidades da Alemanha. Se aprofundou na composição com palavras, sons, ruídos, imagens, silêncio. Suas produções costumam fazer questionamentos, por exemplo, em relação à diversidade cultural, à falta de profundidade de algumas propostas, a ideias que vão surgindo. Muitas vezes utiliza o humor para levantar tais questões.

Em 2009 realizou “Josephine Joseph”, produção que envolvia a ilusão cinematográfica de que duas pessoas se tornavam uma única. Havia a questão espacial também, com espelhos, pessoas do público que ficavam fora do ambiente em que os atores faziam movimentos sutis e pessoas que entravam neste recinto.

Ultimamente Laura tem trabalhado com um projeto autoral chamado “many media including me”. Gosta de mexer com as temporalidades, do filme, da música, de si mesma, etc. Foi mostrado um filme deste projeto, em que, como o nome diz, ela também atua.

Certa vez trabalhou com o Alexandre Fenerich sobre o “Bonde do Tigrão”, mixando gravações com vídeos feitos por eles, juntamente com a imitação de áudios que Laura experimentou trabalhando numa espécie de central telefônica de venda de ingressos em Berlim. Ela gosta muito de gravar em transportes públicos e usar estes materiais em outras ocasiões.

“São muitas coisas diferentes” – diz Laura. “Esta heterogeneidade é isso mesmo, eu trabalho desta forma”. Ela junta gravações, filmagens e tomadas ao vivo para obter determinados resultados sonoros, visuais e assim por diante. Um de seus trabalhos com rádio é “Living Radio”, e já envolveu varias pessoas.

No início de seus trabalhos com radio não havia streaming, era complicado captar varias pessoas em lugares e situações diferentes. Agora os recursos são bem mais sofisticados. Na serie Living Radio, a autora constrói programas a serem seguidos pelos atores/cantores/etc. Laura mostrou a partitura de uma peça, que conta com símbolos e indicações do que as/os performers devem fazer, sentir, entoar. Esta peça vai ser apresentada novamente em Berlim no festival Distopias.

Laura tem desenvolvido uma escrita que fica entre a linguagem musical e a literatura. Gosta de formar paralelos entre língua falada e música. Um de seus mais recentes trabalhos foi interativo e contou com a participação da Mariana Carvalho, Camila Zerbinatti e Renata Roman, entre outrxs. Cada participante devia fotografar a paisagem de sua janela e falar sobre o que estava vendo, sem usar termos subjetivos. Descrever o som como estivesse ouvindo, sentindo, vivenciando. Depois Laura uniu todos os depoimentos. No encontro de hoje ela mostrou alguns destes depoimentos.

Laura fala sobre explicitar o que não é declarado através dos sons e das atmosferas. A transmissão completa deste encontro pode ser acessada em http://youtu.be/BGGJdKL6jsw